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Escrever uma história da lógica é tarefa que requer um alto grau de especialização em domínios diversos por implicar toda a história do pensamento humano em diversas áreas de conhecimento, o que torna impossível, em poucas linhas, traduzi-la em profundidade e, mesmo porque, não é objetivo da presente. No entanto, alguns aspectos fundamentais não podem deixar de ser retomados para fins de localização.
Segundo Blanché e Bochenski, resumidamente, pode-se dividir a lógica em três períodos ou fases principais, que caracterizam suas formas.
a.) Forma Clássica Antiga ou Lógica Grega Antiga
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Período compreendido entre os séculos IV A.C. até o século I D.C. – Destaca-se nesse período o que se pode chamar de três grandes escolas: a dialética sofística, a lógica aristotélica e a lógica megárico-estóica. A dialética sofística “destrutiva” é
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transformada em dialética construtiva por Platão, que tem o mérito de abrir o caminho para a sistematização aristotélica, que se opõe à escola megárico-estóica (esboço de uma lógica sentencial) e a relega a segundo plano até data bem recente.
Nesta forma, as proposições lógicas constam de palavras da linguagem corrente e sua base é o pensamento como expresso na linguagem natural, que fornece as leis e as regras formais.
Os principais nomes ligados à lógica megárico-estóica são: Crisipo, Diodoro Cronos; à aristotélica: Aristóteles e Teofrasto; e à dialética sofística: Zenão de Eléia, Sócrates, Protágoras.
b.) Forma Escolástica ou Medieval
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Período criativo compreendido entre os séculos XI e XV D.C. Após a escola megárico-estóica, até o século XI, praticamente nada se faz em termos de novidade na lógica, pois simplesmente se repetiam os ensinamentos de Aristóteles, com melhoria de algumas técnicas para o ensino.
Foram os próprios medievais que estabeleceram uma periodização para a forma escolástica, que tem seu inicio com a Ars Vetus, representada por Abelardo (1079-1142). A preocupação central é o trabalho com as Categorias e a Interpretação de Aristóteles. Ao mesmo tempo trabalha-se, como problema novo, com as propriedades dos termos.
Em um segundo momento, a forma escolástica é caracterizada pela Ars Nova que tem como principais representantes Alberto Magno (1193-1280) e Tomás de Aquino (1227-1274). Trabalha-se, neste período, com a totalidade do Organon de Aristóteles. A lógica tem uma tarefa mais elevada a realizar, qual seja, fortalecer o ensino da ortodoxia católica.
O terceiro momento momento se dá com a lógica modernorum, representada por Guilherme de Ockham (1295-1350) e que se caracteriza pela elaboração de uma lógica formal e semiótica.
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c.) Forma Matemática
Período que se inicia no século XVII. A época do Renascimento é marcada pelo interesse em descobrir novos métodos que auxiliem a pesquisa científica e considera que a lógica é estéril e acabada por Aristóteles desde sempre. A Matemática assume o posto de orientadora da pesquisa, dando fundamento para os novos métodos. A exceção é apresentada por Port Royal, que concebe a lógica como arte de pensar melhor e não como teoria, é uma disciplina prática.
É neste cenário que surge Leibniz (1646-1716), como pioneiro da que se pode chamar lógica matemática contemporânea. Movido pelo ideal de uma lingua característica universal e considerando que a silogística é capaz de assegurar a inefabilidade do raciocínio, reduzindo-o a forma, como o calculo algébrico, que é outra forma de raciocínio, Leibniz determina o marco divisor do que se classifica como lógica clássica aristotélica (que se estende de Aristóteles até o século XIX) e lógica simbólica moderna.
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A primeira forma matemática da lógica é desenvolvida por Boole (1815-1864), que compara as leis do pensamento (lógica) às leis da álgebra. O passo seguinte no desenvolvimento da forma matemática é dado por Frege (1848-1925), que pretende mostrar que a aritmética poderia ser construída exclusivamente a partir das leis da lógica. Os estudos de Frege influenciaram os trabalhos de Bertrand Russell (1872-1970) e Whitehead (1861-1932), que, em Principia Mathematica, sistematizavam a lógica simbólica, servindo-se, para tanto, da simbologia de Peano (1858-1932), que conclui uma evoluação anterior e é, ao mesmo tempo, ponto de partida para a constituição do que se chama metalógica.
Fonte: Aprendendo Lógica - Kleverson & Bastos
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